quinta-feira, 7 de julho de 2011


Já foi a algum tempo… Aqueles risos infantis e aqueles abraços que nos uniam… Agora somos só nós, nós as que éramos assim, criancinhas inocentes que pensávamos saber tudo.
Tão enganadas pelo tempo e tão bem disfarçadas de nós mesmas, somos agora a versão mais forte do que éramos. O vento sopra a nosso favor, trocamos uns olhares, mas nada de importante , juntamos as nossas mãos em vez de um “Gosto muito de ti” , sorrimos e voltamos a olhar-nos, fixas , pretendemos agora despedir-nos com um toque de lábios nas bochechas e um até amanhã.
Ultimamente sinto mesmo a tua falta…Não sei porque mas nem quero saber, só quero chegar ao pé de ti abraçar-te e dizer-te “Olá”. Antes de te conhecer melhor, antes de seres só aquela rapariguita que eu via passar mas que de certa forma me eras indiferente, tu sabias, mesmo antes de mim, já sabias. Tentas-te dizer-me mas fugi por inteiro com estas duas pernas que tenho e levei comigo aqueles pequenos trapos que me assentavam mesmo bem.
Não me podes julgar, eu não te conhecia , deixei que a vergonha me domina-se e deixei-te ali plantada, apostando agora contigo como foi a tua primeira tampa…
Não sei se foi do passar do tempo, mas perdi a vergonha e juntei-me a uma desavergonhada como tu ! Somos agora as melhores amigas, e nisso não há vergonha, apenas orgulho.
Sei que posso contar contigo para tudo, para o possível e o impossível… Eu estarei sempre contigo, e relembrar-te-ei que podes contar comigo também. Podia dizer que estarei lá sempre que caíres, e ajudar-te-ia a levantar.. mas o meu dever não é ajudar-te a levantar, mas sim nem te deixar cair, mesmo que isso seja mais forte eu, que vá contra tudo o que me ultrapassa e que é mais forte que eu.
-Quando olhamos as estrelas juntas, sinto que lhes posso tocar , que as posso ter na palma da minha mão… quando as olho sozinha, sinto-as longe, como se elas estivessem mesmo a milhares e milhões de anos de luz .
Somos um exemplo, pequeno ou tão desconhecido como somos, mas o interesse não é alcançar a fama é alcançar-nos a nós próprias e descobrirmos juntas o desconhecido e o inimaginável… Se formos reconhecidas, será pela verdadeira amizade e pela verdadeira vida que levamos juntas.